Hoje eu acordei com uma vontade enorme de comer pão. Mal abri os olhos, pão! Não lembro se sonhei com o nosso de cada dia, mas acordei com ele na cabeça... ou seria o estômago mandando mensagens ao meu confuso cérebro? Não sei! Só sei que comi cereal com leite semi imaginando que estava comendo um pãozinho francês quentinho cheio de manteiga que derretia, mas não funcionou. Por que será?
Cheguei ao escritório e procurei saber a situação do amigo Marcelo. Minha amiga Ana, menina sapeca, que é amicíssima dele, já tinha as novidades e, graças a Deus, eram reconfortantes: "O quadro dele está estável. Acordou ontem mesmo e hoje está se comunicando por gestos. Está caminhando. Está bem.". Estou na torcida por sua pronta recuperação.
O resto do dia transcorreu normal, com muito trabalho e poucas novidades. Mais um dia sem doces, salgadinhos, ou afins. Na verdade, apareceu um vendedor no escritório com uma bolsa cheia de salada de frutas. O cara fez a festa. Ele ainda oferecia leite condensado e groselha para calibrar a sobremesa. A galera fartou-se. Eu fiquei só com a salada mesmo, sem nada para turbinar. Foi minha sobremesa de almoço.
Saí do escritório e fui para a Ilha. Passei na Blockbuster para devolver uns filmes e pegar outros. Quando entro na loja, dou de cara com o setor de chocolates. Desviei o olhar rapidamente, mas não adianta, eles espalham minha iguaria preferida pela loja inteira. É Flórida! Corri para os filmes, peguei-os e disparei em direção aos caixas. Já viu a quantidade de doces que eles colocam neste maldito corredor? Bruta sacanagem!
Quando saí da loja, fiquei aliviado. Mas por pouco tempo. Senti um cheiro de pizza alucinante vindo do outro lado da rua e a boca encheu d'água. Sabia que tinha uma pizzaria ali, mas nunca senti cheiro de nada. Acho que a abstinência está ampliando os meus sentidos! O olfato está igual ao do Wolverine, sentindo cheiros de longe, só que no meu caso é seletivo: só de comida!
Montei na moto, coloquei o capacete e fui buscar a patroa no curso. Ao chegar lá, o pipoqueiro estava acabando de preparar o seu produto de venda. Aquele aroma de cinema no ar. Veio então o primeiro ronco, não do motor, mas do estômago. Fomos para o aconchego do lar. A Sayo, minha patroa (ela detesta que eu a chame assim), preparou filé de dourado e salada com capricho. O prato fica lindo, mas como é ruim o tal do agrião quando não está cozido junto da rabada. Gordo de regime sofre!
Vamos que vamos! Faltam 360!
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ResponderExcluircomer mato é, de fato, horrível, mas, mastigando-o devagar, dá aquela sensação de saciedade... (o difícil é a gente convencer o estômago e o cérebro disso)...
ResponderExcluirmas o fato é que as tentações são diárias, enormes etc. e tal, mas não são incontornáveis. Não há um complô universal, mas, sim, é a ordem natural das coisas porque não nos damos conta disso tudo... tu sentias o cheiro da pizza cotidianamente; mas, como tinhas acesso a ela, não te davas conta. Agora que ela é inalcançável (em tese), passas a senti-la... enfim, é a tragicômica dieta nossa de cada dia